segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Cova Rasa.


Pouco importa dia e data, se é de noite ou se é de dia, tudo passa tudo acaba numa cova rasa.
Seus desejos, seu anseios, suas juras de amor, pouco vale essa vida a palavra sem valor.
Que adianta um bom emprego se no mundo há tantas falhas?
Gente pobre sem dinheiro precisando de uma vaga.
Eu sou gente, sou alguém, há quem diga ser ninguém, passo dias nessa briga procurando um doador.
Tenho muito a falar, minha sorte vou dizer: nasci num casebre velho e feio, sem comida, o meu pai sempre me disse: quem batalha um dia vence esse dia nunca veio.
Que se passa nessa bola, lá de cima é um ponto, desafia o destino se escrito está no livro que define minha vinda pra essa guerra desonesta.
Se é de prata ou se é de ouro esse novo devedor, nada importa esse dia se o barranco deita e rola sufocando minha sina de um rabisco medidor do espaço e do tempo que levamos pra encontrar.
A resposta da fadiga de achar que existe vida sem buscar primeiro a paz.
Se a flor murcha ou se ela seca, pouco importa ao plantador, se valesse alguma coisa não existiria tanta seca nesse chão que chora e grita por um gole e meio d’água, do socorro do Senhor.
O adubo é de ossos, os gemidos vão embora, se sai ou não de cena ninguém pede a recompensa desse dia sem valor.
Uma intriga de horrores, submersos no odor, muitos chamam de razão, outros dão algum valor.
Saturar opiniões, de juízo não ouvido, numa luta a ferro e fogo encobertos de pavor.

Érwelley C. de Andrade

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