sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Cadê a Alegria? Por Vânia Moreira Diniz

Nos tempos conflitantes de hoje enquanto a violência impera com tanta ênfase e a mídia transmite guerras, conflitos, doenças e desgraças, crianças e adolescentes reagem até com indiferença, acostumadas a ouvir notícias e assistir cenas grotescas que se apresentam a cada minuto, cadê a alegria?

De que forma conseguiremos convidá-los à felicidade, enfatizar o horizonte glorioso, a natureza fascinante, com suas cores vibrantes e ressuscitar  os momentos em que já vivemos de prosperidade e expectativa?  Quando observamos o olhar opaco da juventude e a incerteza que se instalam em seus corações perguntamos:  como poderão encarar o futuro?

Como conseguirão caminhar sem traumas observando no dia a dia tantos acontecimentos adversos e não podendo brincar nas ruas com liberdade, correr livremente, olhar sem ter medo ou estender a mão a qualquer pessoa sem receios nem dúvidas?

Precisamos ensiná-los, dar o exemplo, mostrar o dom maior da solidariedade e dizer que isso tudo que acontece no mundo inteiro e é descrito tão friamente é apenas uma fase que a humanidade atravessa e não é natural e nem carrega as emoções de um filme de suspense.

Principalmente esclarecer ainda nos bancos do colégio que em qualquer idade as nossas responsabilidades e a importância de nossos atos são proporcionais ao que praticamos.

Nesse tempo em que crimes hediondos são cometidos filhos matam pais ou avós, colegas se trucidam, pessoas inocentes são torturadas e a indiferença é manifestada, como poderemos provar que nascemos para ser felizes e que a solidariedade é o maior instrumento de luz e  brilho em nossas vidas?

Como resgatar o entusiasmo ou influenciar nos jovens ânsias por ideais lúdicos e tão necessários para sua formação psicológica  nesse momento, em que a humanidade não conhece a palavra união ou paz? Cadê a alegria?

Onde está o sorriso espontâneo e natural, esperança no olhar, vivacidade em brincadeiras sadias, certeza no porvir, entusiasmo a cada passo do caminho e que quase não encontramos hoje em dia em nossos adolescentes?  Cadê a alegria?

Essas crianças precisam conhecer os limites que são necessários a uma boa e sadia educação, mas para isso é imprescindível que os adultos compreendam a necessidade do sorrir, da felicidade saudável, do encanto de podermos apreciar o horizonte sonhando com a fé e o crédito que devemos dar aos anos que se seguem.

Temos que lutar por uma boa educação e tornar possível a felicidade praticando em nossa vida particular o que também exigimos dos outros, do governo, da nação, dos políticos e de todos que encaminham o mundo de hoje.

Votar bem, não esquecendo que depende de nós o sorriso de nossas crianças amanhã e os atos que praticarão no dia a dia que se aproxima. Se formos displicentes exercendo nossa cidadania a ponto de escolher o primeiro nome que aparece porque é primo de nosso amigo, conhecido de nosso irmão ou simplesmente porque nos atraiu a simpatia, então cadê a alegria das crianças que ainda virão? E das que se tornarão os homens e mulheres que encaminharão o mundo que surgirá depois?

Estamos na primavera, com o  sol inundando nosso país, flores de todas as cores e aromas, o céu azul e maravilhoso, a poesia de nossos cantos, sensações que entram na alma como um hino de amor, alegria resgatada para ser entregue às nossas crianças, adolescentes e àqueles pequeninos que sentem pela primeira vez o oxigênio que os conduzirão à vida.

Alegria, alegria, fé, paz, reestruturação de nossos ideais e ainda assim perguntamos para que ela jamais se afaste: Cadê a alegria?
Vânia Moreira Diniz

2 comentários:

  1. Vânia, querida,

    A alegria pode ser resgatada por textos assim, tão verdadeiros e luminosos como o seu. Essa fase da humanidade, com certeza, passará, e os sorrisos já voltam a brilhar com essa nova esperança. As flores primaveris estão aí para dar o exemplo: sempre florescem.

    Beijos.

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  2. Madalena querida
    Obrigada por estar sempre presente, estimulando com a força de suas palavras sempre tão sensíveis.
    Obrigada por tudo, amiga.
    Beijos
    Vânia

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